História da Corporação
A primeira Corporação de Bombeiros Voluntários surgiu a 17 de abril de 1911, com a designação “Bombeiros Voluntários Carvalhenses”. A implantação da República havia ocorrido poucos meses antes e a mesma revolução se verificava nos Carvalhos, seja a nível social, económico e cultural. Veio a tornar-se uma zona relevante no Concelho de Vila Nova de Gaia.
Manifestou-se necessário criar uma Instituição focada no melhor benefício das populações.
Talvez o nome seja para muitos uma autêntica novidade, mas o documento Cartão de Identidade de Bombeiro e o que na Monografia de Pedroso, obra ainda em manuscrito e da autoria desse insigne cidadão que foi José Domingues da Rocha Beleza se conta e citamos: “… No lugar dos Carvalhos, há uma Corporação de Bombeiros Voluntários, sob a designação de…BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DOS CARVALHOS
O primeiro passo fora dado e agora importava passar à prática, isto é, arranjar-se localização do primeiro quartel-sede, mas a que salvo melhor opinião tem sido mais citada, a seguinte:
A primeira sede dos Bombeiros foi uma casa da Rua do Padrão, pertença do Sr. Maneca Juca Beleza, que na ombreira de um portal tinha uma sineta fixada, e que, sempre que havia fogo, como se dizia naquele tempo, era tocada. Esta casa ficava da à casa da Sra. Maria Rita, em frente ao prédio do Prof. José Ramos, no local onde hoje está a ainda chamada Casa dos Barros Ferreira.
Nos baixos da referida casa e no seu interior, o material que havia era um carro de mão com altas rodas e em cujo estrado estava um outro com umas das bombas de pressão fixas, uma escada de ganchos e um tanque de lona que levava aproximadamente meia pipa de água.
Tudo isto era transportado à mão. Na frente do eixo iam duas pessoas a puxar, ajudadas pelo rapazio que agarrados a uma corda com muitos paus atravessados, lá conseguiam levar o carro até ao local do fogo.
O primeiro pronto-socorro foi inaugurado em 1911, o qual ficou conhecido como sendo “O Triunfante”, tendo a primeira prestação sido de 11.930$00.
A cerimónia de inauguração foi memorável. Decorreu no Salão Nobre da Associação de Socorros Mútuos de Pedroso e contou com a atribuição de medalhas e pétalas de flores foram lançadas aos convidados. Este foi um sonho concretizado graças a Manuel Rodrigues dos Santos Costa, Dr. Manuel de Oliveira Campos e Ibraim Pinto, aos quais os Bombeiros se encontram muito gratos.
No final de 1935, a Corporação tinha 135 associados.
ano de 1980 foi atribulado, na medida em que existiram bastantes mudanças, sobretudo pela nomeação de um novo Comandante, Dr. Joaquim Mano Póvoas. Foi o próprio que, mediante um acordo de reestruturação e desenvolvimento, encontrou inúmeras soluções para desafios por que passavam na altura. Nunca tinha sido bombeiro antes, mas tinha uma experiência militar que o permitiu liderar e gerir a instituição, fazendo mudanças fundamentais a nível pessoal, de material disponibilizado e de condições nas instalações.
Pessoal – mais formação e melhoria de condições para permanência
Material – maior número e qualidade de viaturas, necessários para dar resposta às solicitações da região.
Instalações – foi dado um salto qualitativo e quantitativo, passámos para quartel
Quadro de Comandantes da Corporação:
Da recolha possível, no que se refere aos Comandantes e por ordem que julgamos cronológica desde a data da fundação, aqui se citam os seus nomes:
Quadro ComandantesAlberto de Oliveira Ramalho
José Domingues da Rocha Beleza
Flórido Pereira dos Santos
António Coelho de Oliveira
Ibraim Domingues Pinto
Dr. Manuel de Oliveira Campos (1938 e 1939)
Alberto da Silva Moutinho (1940)
Dr. Américo Volta da Silva e Sousa (1941 a 1945)
Dr. Joaquim de Oliveira Lopes (1946 a 1950)
Dr. Américo Volta da Silva e Sousa (1951 a 1971)
Joaquim Moreira Pedrosa (1972)
Manuel da Silva Lopes (1973 a 1979)
Dr. Joaquim Mano Póvoas (1980 a 1991)
Sérgio Manuel Filhote Marques de Queirós (Cmdt Interino 1991 a
1992)
Sérgio Manuel Filhote Marques de Queirós (1993 a 2005)
Ricardo Jorge Fernandes e Magalhães (2005-2013)
Ten. Ricardo Daniel Sousa Santos (2013- ….)
Curiosidades:
Sabia que a primeira sede dos Bombeiros se localizava na Rua do Padrão? Verdade! Numa casa que, na ombreira, tinha uma sineta que era tocada sempre que havia fogo. Nesta altura tudo era transportado à mão. Os carros eram puxados com cordas até ao local do incêndio e as lesões provocadas pelo esforço físico levado ao extremo eram mais do que muitas, para não falar nas queimaduras.
O encarregado que zelava pelo material dos bombeiros era um sapateiro mudo, ou melhor que se fez passar durante muito tempo por mudo! Só mais tarde, na sua terra natal, em Braga, um habitante dos Carvalhos reconheceu-o e descobriu que ele falava…e bem!
Quer recordar connosco o primeiro incêndio combatido por esta Corporação?
Decorreu na Voltinha e presume-se que tenha sido fogo posto. Quando depois de muito esforço finalmente conseguiram chegar ao local do incêndio, foi montado o estrado com a bomba de pressão, que ia sendo enchida lentamente, à medida que com enorme dificuldade se tentava apagar o fogo. Tudo isto num cenário de filme, que não só hoje em dia seria cómico, na altura aquilo que supostamente seria aflitivo, foi pretexto para “chacota”, de tão rudimentar que era o processo.